AMIGOS
Hoje senti-me mal na rua. Desencontros e acasos levaram-me a caminhar debaixo de um calor intenso. Dei por mim sentado numa paragem de autocarro, com o corpo a insistir em escorregar para o chão. Foi uma première.
Valeram-me desconhecidos. Foram perguntando timididamente, a princípio, se me estava a sentir mal. Acabaram a oferecer-me garrafas de água, a ir buscar pacotes de açúcar a um café próximo e a conseguirem o táxi cujas forças não me permitiam chamar. Era gente simples, das que fazem o país real. A que nos salva nos momentos de delírio e deserção das luminárias.
Desconhecidos acenaram-me pela janela do táxi as melhoras e "que tomasse o açúcar".
Nem tudo está perdido.
Sem comentários:
Enviar um comentário